Hipertensão Arterial

A Hipertensão arterial caracteriza-se por uma pressão excessiva na parede das artérias, acima dos valores considerados normais, que ocorre de forma crónica. Define-se hipertensão arterial quando a pressão máxima é maior ou igual a 140 mmHg  e/ou a pressão mínima é maior ou igual a 90 mmHg. Em Portugal estima-se que a prevalência de hipertensão arterial na população adulta seja de 40%. Destes apenas 11% estão controlados. Quando a pressão arterial é normal permite que o sangue se distribua por todo o corpo, chegando a todos os órgãos. A pressão arterial tem consequências deletérias para a saúde quando se encontra elevada de forma crónica ou quando aumenta subitamente.

O que são a pressão arterial sistólica e diastólica?

  • sistólica ou “máxima”: medição da força com que o coração contrai e “expulsa” o sangue do seu interior

  • diastólica ou “mínima”: medição da pressão quando o coração relaxa entre cada batimento

Existe mais do que um tipo de hipertensão arterial?

Existem dois tipos de hipertensão arterial:

  • primária/essencial: a mais comum (90% dos casos) e em que não é conhecida a causa exata. No entanto, sabe-se que algumas situações facilitam o aumento da pressão arterial, nomeadamente o consumo excessivo de sal, açúcar, hábitos de consumo de álcool e tabaco, obesidade e envelhecimento.

  • secundária: em que a causa é identificável e pode ser tratada com uma intervenção específica e dirigida. Associam-se a algumas patologias como a apneia do sono, doença renal, síndrome de cushing. feocromocitoma, hiperaldosteronismo primário, coartação da aorta, doença tiroideia e paratiroideia e toma de fármacos como contracetivos orais.

Quais os sintomas da hipertensão arterial?

A hipertensão arterial é uma doença silenciosa porque na grande maioria das vezes não causa qualquer sintoma. No entanto, a pressão arterial elevado com o decorrer dos anos, danifica os vasos sanguíneos e órgãos como o cérebro, o rim e o coração, prejudicando o seu normal funcionamento. Quando sintomática surgem dores de cabeça, tonturas, alterações da visão e audição, entre outras menos comuns.

Quais as consequências da hipertensão arterial?

A longo prazo, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de: Acidente Vascular Cerebral (AVC), Enfarte agudo do Miocárdio, Insuficiência cardíaca, Insuficiência renal, perda gradual da visão, disfunção eréctil e Doença arterial periférica.

Como se diagnostica a hipertensão arterial?

Assenta na medição dos valores de pressão arterial (≥140/90 mmHg), e verificação da sua elevação em mais do que uma avaliação. Um valor de pressão arterial elevado isoladamente não significa que a pessoa seja hipertensa. Em cada visita médica a pressão arterial deve ser avaliada 2 a 3 vezes, com 1 a 2 minutos de diferença. Em alternativa, a pressão arterial pode ser avaliada no domicílio, pelo simples registo diário dos seus valores ou em alternativa pela Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) durante 24 horas. Uma vez confirmada, devem ser também realizados outros exames que procurem potenciais causas, bem como complicações já existentes nomeadamente: análises de sangue e urina, eletrocardiograma e ecocardiograma.

Como e quando devo medir a pressão arterial?

É importante salientar que antes da avaliação da pressão arterial deve:

  • não ingerir café ou álcool nos 15 minutos prévios

  • descansar na posição sentada pelo menos durante 5 minutos

No ato de medição, as costas e os braços devem estar apoiados. Na primeira avaliação, deve ser avaliada a pressão arterial nos dois braços, e nas avaliações seguintes deve utilizar o braço com o valor mais elevado.

A hipertensão arterial pode ser fatal?

A ocorrência de uma elevação súbita e marcada da pressão arterial é conhecida como crise hipertensiva. A sua gravidade relaciona-se, principalmente, com o grau da elevação da pressão arterial e com a rapidez de instalação, e não tanto com o valor absoluto da pressão arterial. Quando a crise hipertensiva se associa a sinais e sintomas de lesão de órgãos (coração, rim, cérebro) denomina-se de emergência hipertensiva e pode ser ameaçadora de vida.

Como se previne e trata a hipertensão arterial?

Para prevenir a hipertensão arterial, o passo inicial é melhorar o seu estilo de vida: não fumar, reduzir o consumo de sal, fazer exercício físico regular, evitar consumo excessivo de álcool e controlar o peso. Se estas mudanças não forem suficientes, existem fármacos anti-hipertensores que auxiliam o controlo da pressão arterial.

Se tiver hipertensão arterial, devo consultar um médico antes de engravidar?

Sim. A hipertensão arterial afeta cerca de 10% das mulheres grávidas, e constitui uma causa importante de complicações durante a gestação e incremento de mortalidade, quer para a mãe, quer para o feto. Nas mulheres que já têm hipertensão arterial antes de engravidar, é de extrema importância que sejam orientadas para uma consulta especializada, para que a sua pressão arterial seja controlada e a medicação anti-hipertensora revista.