Enfarte agudo do Miocárdio

Vulgarmente conhecido por “ataque cardíaco”, é uma das principais causas de morte em Portugal. Em média, por dia, 12 pessoas morrem por enfarte em Portugal e todos os anos o país conta mais de 11 mil casos.

O coração é essencialmente um músculo especial, o miocárdio, responsável por bombear o sangue para todo o corpo (em repouso, uns impressionantes 5 litros de sangue por minuto, 7200 litros por dia. O enfarte ocorre quando uma das artérias que fornecem oxigénio e nutrientes ao coração ficam obstruídas por um trombo ou coágulo, levando a que uma ou mais partes do coração deixem de contrair e bombear sangue, de forma potencialmente irreversível.

Sintomas e reconhecimento

Os sinais e sintomas são muito variáveis. Um sintoma comum é a dor no peito, sentida como um aperto ou peso. Pode estender-se aos braços, pescoço ou costas e acompanhar-se de sensação de falta de ar, náuseas e vómitos. Nos casos mais graves pode cursar com perda de consciência (desmaio) e paragem cardiorrespiratória. O reconhecimento de algum destes cenários deve motivar um pedido de ajuda próximo e o contacto imediato com o 112, que ativará uma equipa de emergência pré-hospitalar na zona próxima.

Diagnóstico e tratamento

O tratamento visa a desobstrução do obstáculo na artéria através da realização de um cateterismo cardíaco, que permite a identificação e abordagem da obstrução através da colocação de um “stent”, uma rede metálica com poucos milímetros, que expandirá dentro da artéria, restaurando o fluxo normal de sangue ao coração. A precocidade da intervenção é muitas vezes definidora do prognóstico do quadro.

Mudanças de estilo de vida: uma doença crónica  

O enfarte agudo do miocárdio condicionará limitações a médio e longo prazo. Nalguns casos, a área de miocárdio afetada é de tal dimensão que o coração fica com menor capacidade de bombear sangue, condicionando um quadro designado por insuficiência cardíaca: uma doença com elevada mortalidade e impacto na qualidade de vida: surgimento de cansaço e falta de ar para atividades que outrora o doente realizava sem limitações. O prognóstico é mais sombrio do que muitas patologias oncológicas.

Cumprir a medicação prescrita, deixar de fumar, manter um peso adequado, praticar exercício físico durante 30 a 45 minutos, 3 a 5 dias por semana, adotar uma dieta pobre em gorduras saturadas e rica em fruta e vegetais, bem como controlar os valores de colesterol, da tensão arterial e da diabetes, são importantes mudanças do quotidiano na prevenção e redução do risco de enfarte e de outras doenças cardiovasculares.